quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CHAPA 2,VOTO É CIDADANIA!

‘Votar nulo ou em branco é aceitar aquilo que há de pior’, diz Frei Betto

Por: Redação da Rede Brasil Atual
   
São Paulo – "Somos responsáveis pela política que predomina em todo o Brasil". Essa é a afirmação de hoje (20), de Frei Betto, assessor de movimentos sociais e comentarista da Rádio Brasil Atual, às segundas-feiras. Segundo ele, nesse momento de período eleitoral, todos os grupos, entidades e movimentos sociais devem convidar candidatos de todos os partidos para debater sobre os seus projetos.

“Os candidatos devem ser chamados para debater as suas propostas porque essa é a maneira de formarmos uma consciência politica de qualidade, de encontrarmos os critérios de uma participação política ativa e escolhermos melhor em quem votar”, disse.

Para ele, o votar nulo ou em branco é a aceitar aquilo que há de pior hoje. “O voto é importante para configurarmos um país melhor. O Brasil depende dos municípios, que são a base da sociedade. É no município que está o ensino fundamental, o posto de saúde e o transporte público coletivo. Se queremos melhorar a vida de cada um de nós na cidade, temos que estar atentos às eleições”, opinou.

De acordo com Frei Betto, os jovens precisam perder o olhar ‘nojento’ que possuem com relação à política. “Quem tem nojo da política é governado por quem não tem. Tudo que os maus políticos querem é que a gente tenha bastante nojo para eles ficaram à vontade com a rapadura na mão. Ou seja, se não estamos satisfeitos com a política, temos a obrigação cidadã de participar”.

Para o comentarista, todos os cidadãos são de algum modo, participantes da política. “A participação se dá por omissão, aceitando o que se apresenta, ou por participação, tentando interferir, votando melhor e escolhendo com mais critério os candidatos”, concluiu.

Ouça o comentário de frei Betto, na íntegra, na Rádio Brasil Atual

sábado, 4 de agosto de 2012

CHAPA 2,INFORMA MENSALÃO A CATEGORIA!


Procuradoria Geral fala em desvio de dinheiro público e aponta Dirceu como mentor do mensalão

Procuradoria Geral fala em desvio de dinheiro público e aponta Dirceu como mentor do mensalão
Roberto Gurgel minimizou a falta de provas materiais contra Dirceu e o acusou de ser o líder do mensalão (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Rio de Janeiro – “A acusação persiste nos exatos termos das alegações finais [da Procuradoria Geral da República]”. O aviso, dado pelo procurador geral Roberto Gurgel logo no início da segunda audiência do processo do mensalão, realizada na sexta-feira (3) resumiu à apresentação da peça de acusação feita no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao final da acusação, Gurgel pediu a condenação de 36 réus e a absolvição, por falta de provas, de Luiz Gushiken e Antonio Lamas.
Após reclamar do tempo que teria para falar - “cinco horas é pouco” -, Roberto Gurgel disse que o “mensalão não é delírio, ao contrário da afirmação recorrente dos defensores dos réus” e reafirmou as linhas gerais da acusação em pontos cruciais como a existência do crime de formação de quadrilha, a compra de apoio de parlamentares e o desvio de dinheiro público. Ele também apontou o ex-ministro José Dirceu como principal mentor do esquema e dirigente de um núcleo político que contaria também com os então dirigentes petistas José Genoino e Delúbio Soares.
“Foi, sem dúvida, o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil. Maculou-se gravemente a República. Instituiu-se, à custa do desvio de recursos públicos, uma sofisticada organização criminosa, um sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares nas matérias tidas como especialmente relevantes pelos líderes criminosos”, disse o procurador geral da República.
Gurgel detalhou a existência de três núcleos que operariam os recursos do mensalão -operacional, político e financeiro - e dividiu a apresentação das provas por núcleos: “Estou absolutamente convencido de que a prova colhida no curso da instrução, associada aos elementos que instruíram o inquérito, comprovou a autoria e a materialidade dos delitos objetos da acusação, bem como o dolo com que agiram seus autores. O conjunto probatório efetivamente não deixa dúvidas quanto à procedência da acusação”, disse. 
O procurador destacou o tamanho do processo e afirmou que o caso foi investigado exaustivamente: “Os autos da ação penal são compostos por 235 volumes e 500 apensos. São milhares de depoimentos, realizaram-se dezenas de perícias, colheram-se centenas de depoimentos, juntaram-se as análises da Controladoria Geral da União, do Banco Central e da CPMI dos Correios”, disse. 

'Líder do grupo'

Ao falar daquilo que qualificou como “núcleo político do mensalão”, Roberto Gurgel reafirmou outra esperada tese da acusação, que aponta o ex-ministro José Dirceu como principal mentor do esquema: “Na condição de líder do grupo, José Dirceu exerceu papel de fundamental importância para o sucesso do esquema ilícito concebido [...] e foi a principal figura de tudo o que apuramos. Foi o mentor da ação do grupo e seu grande protagonista”.
Gurgel também insistiu na alegação da compra de votos, contrariando a defesa do ex-ministro que na segunda-feira (6) defenderá a tese da formação de caixa dois: “Foi José Dirceu quem idealizou o esquema ilícito de formação da base parlamentar de apoio ao governo mediante do pagamento de vantagens indevidas aos seus integrantes e comandou a ação dos demais acusados para a consecução desse objetivo”, disse.
A falta de prova materiais contra José Dirceu foi minimizada pelo procurador geral, que se baseou em provas testemunhais para pedir a condenação do ex-ministro: “O autor intelectual - que, apesar de ter o domínio final do fato, não aparece ostensivamente nos atos de execução do crime - apresenta características diversas dos demais agentes que executam os delitos e, por isso mesmo, deixam rastros materiais dos crimes cometidos que podem ser facilmente aprendidos pelos meios de prova tradicionais. Em regra, o autor intelectual dos chamados crimes organizados age entre quatro paredes, em conversas restritas com os demais agentes do crime [...], não deixando rastros facilmente perceptíveis de sua ação”, disse.

Núcleo

Sobre os outros réus apontados como integrantes do núcleo político do mensalão, Roberto Gurgel afirmou que José Genoíno “era o interlocutor político do grupo”, mas “não possuía autonomia para bater martelo dos acordos, que teriam que ser ratificados pela Casa Civil”. Ele aponta o ex-presidente do PT como avalista do esquema: “Paralelamente aos acordos políticos para a formação da base aliada, Genoíno contribuiu para a aquisição dos recursos para pagamento dos valores. Ele avalizou supostos empréstimos em valores milionários tomados pelas empresas de Marcos Valério, no Banco Rural e no BMG, dando seu patrimônio pessoal como garantia”.

O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, segundo o procurador geral, “integrou o grupo criminoso desde 2003, sendo o principal elo entre os núcleos político, operacional e financeiro”. Segundo a acusação, “coube a ele [Delúbio] indicar a Marcos Valério os valores e os nomes dos beneficiários dos recursos”.

A importância de Valério para o esquema também foi ressaltada pela acusação: “Para viabilizar os recursos necessários aos pagamentos aos parlamentares, o núcleo valeu-se da atuação de Marcos Valério, principal operador do esquema”. Segundo Gurgel, o grupo agia da seguinte forma: “Efetuados os acordos dos apoios políticos, cabia a Delúbio Soares transmitir a Marcos Valério os valores e os nomes dos beneficiários. Ele providenciava o dinheiro e a entrega aos beneficiários, que era feita em agências bancárias e quartos de hotel. De mero financiador, tornou-se operador influente, tornando-se homem da mais absoluta confiança de José Dirceu”.

Para operar o esquema, sustenta a acusação, Valério se valia de suas empresas e contava com a ajuda dos sócios: “Cristiano Paz, Ramon Hollenbach e Marcos Valério eram sócios da SMP&B e da Grafite Participação Ltda, que era sócia da DNA Propaganda. Perícias e laudos comprovaram que eles participaram ativamente de todas as fraudes nas empresas com o objetivo de abastecer o esquema”, disse Gurgel.
Por: Maurício Thuswohl, da Rede Brasil Atual

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

CHAPA 2,APÓIA A LUTA DOS METALÚRGICOS DA GM!

Trabalhadores da GM param via Dutra para protestar contra a montadora
Metalúrgicos de São José dos Campos querem que tanto o governo federal quanto o estadual intervenham para barrar a ameaçada demissão que ronda 2 mil operários

Trabalhadores da GM param via Dutra para protestar contra a montadora



São Paulo – Cerca de dois mil trabalhadores da General Motors de São José dos Campos, no interior paulista, ocuparam nesta manhã (2) a rodovia Presidente Dutra para protestar contra a alteração na produção da fábrica e possíveis demissões na linha de Montagem de Veículos Automotores.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região, a rodovia ficou parada nos dois sentidos, por uma hora e meia. Em meio ao protesto, as faixas diziam “Dilma cale a boca do Mantega e proíba as demissões”.
De acordo com o presidente do sindicato local, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, a indignação dos trabalhadores se tornou ainda maior após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião em Brasília com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), ter descartado na última terça-feira (31) a possibilidade de atuar para evitar demissões na unidade da fábrica em São José dos Campos.
“Em nossa avaliação, a fala da Dilma foi totalmente contrária à do Mantega. Queremos que a presidenta mantenha a fala de que não pode haver demissões nas fábricas. Afinal, quem manda no país?”, questionou Macapá.
Dos quatro modelos que eram produzidos na montadora, o Corsa Hatch, o Meriva e a Zafira foram tirados de linha. Apenas se manteve a fabricação do Classic, ainda assim de forma reduzida. Segundo o Sindicato, a produção diária desse modelo era de 375 unidades e passou para 80. 
Segundo Macapá, a empresa quer importar os modelos da Argentina. “A GM justifica custo, mesmo sendo a mais lucrativa que existe. Só no ano passado foram R$ 8,5 bilhões de ganho, somente em São José dos Campos”, afirmou.

Futuras reuniões

O sindicato se reunirá hoje, às 18h, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, com o governador Geraldo Alckmin. “Queremos imediatamente que se abra um processo de negociação com a empresa e que o governador assuma essa questão. O governo de São Paulo, que também dá incentivos fiscais para a GM, tem a responsabilidade de acompanhar a difícil realidade que os trabalhadores estão vivendo”, disse Macapá.
Segundo o presidente do sindicato da região, a ajuda precisa ser da União, do estado e do município. “Não podemos aceitar perder os nossos empregos para indústria argentina. O Brasil precisa apoiar a produção nacional e o emprego no país”, afirmou.
No próximo sábado (4) está agendada uma reunião envolvendo a empresa, o sindicato, a prefeitura e o Ministério do Trabalho. Nela se definirá a situação dos trabalhadores.

Por:Brasil Atual

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CHAPA 2,CHEGA DE VIOLÊNCIA !


Pai manda para a cadeia 5 PMs que mataram seu filho
Eletricista investigou por conta própria execução de rapaz pela polícia: ‘Ele nunca fez nada de errado, sempre evitou a violência’

SÃO PAULO - Na segunda-feira, cinco policiais militares do 14.º Batalhão (Osasco) tiveram prisão temporária decretada por suspeita de executar César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva, ambos de 20 anos, na madrugada de 1.º de julho na zona oeste de São Paulo. O pai de César, Daniel Eustáquio de Oliveira, de 50, não acreditou na versão de "resistência seguida de morte". Pediu licença no trabalho e passou a investigar o caso, dando subsídios para que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pedisse a prisão dos PMs. Oliveira contou sua história ao Estado.

"Trabalhei (na noite do crime) até a 1 hora. Sou eletricista da prefeitura de Vargem Grande Paulista. Havia uma festa junina. Pedi para ir embora porque estava com mau pressentimento. Cheguei em casa à 1h30. Naquele sábado, o César e o Ricardo tinham sessões de tatuagem na casa do primo dele. Precisava ser à noite, porque os dois trabalhavam. O César operava tear em uma indústria têxtil; o Ricardo era repositor em supermercado. Chegariam depois das 3h. Fui dormir.

Às 8h30, o vizinho chega desesperado. ‘Ligaram do Hospital Regional de Osasco, o César sofreu um acidente.’ Chego no hospital e me apresento. O atendente fala: ‘A notícia é a pior possível’. Eu falei: ‘Meu filho morreu’. E comecei a chorar. Perguntei como. ‘Com cinco tiros.’ Além de tentarem roubar meu filho, deram cinco tiros neles. O atendente fala: ‘Peraí, não foi um bandido que matou seu filho, foi a polícia’. Olhei para ele, parei de chorar na hora. ‘Como assim a polícia matou?’ Ele disse: ‘Houve uma perseguição, ele resistiu à prisão, houve troca de tiro e seu filho morreu, chegou morto e o rapazinho está em coma’. Eu falei: ‘Não, houve um engano muito feio e grave. Vou provar que meu filho não fez isso’.

Confio no César. Tinha o coração bom, nunca gostou de violência. Saí do hospital indignado e fui para a cena do crime, analisando tudo. Como eu trabalhava com informática, tenho a mente muito analítica. Vi erros grotescos logo de cara. Cheguei perto do policial, na calma, sem acusar ninguém.

Perguntei: ‘O que houve aqui? Sou pai do dono da moto’. O PM responde: ‘Segundo os policiais, os dois meliantes viram a viatura e empreenderam fuga. O garoto pegou a arma e atirou. Seu filho caiu da moto e levantou atirando’. Eu olhei para o rapaz e para a cena e falei: ‘Não sou perito. Mas você não acha que tem coisa errada aqui?’

Indícios. Segundo os PMs, meu filho empreendeu fuga. Estranho: se ele estivesse fugido, numa CB 300, você acha que a viatura o alcançaria? Segundo: de acordo com a PM, meu filho estava fugindo com o garupa atirando na viatura. A viatura estaria atrás e a moto na frente. Por que meu filho está com dois tiros no peito, um na lateral do tórax, um na virilha e outro na perna esquerda? E por que o Ricardo estava com três tiros na perna pela lateral e não por trás?

Terceiro erro: Se eles fugiam, estavam velozes ao perder o controle quando caíram da moto. Me mostra um arranhão nessa moto. Ela está intacta.

Quarto: Se meu filho estava fugindo, para ele perder o controle, tem de ter marca da frenagem da moto e da polícia. Não tem.

Quinto: Se os meninos tivessem caído com a moto, eles estariam machucados. Os meninos não tinham hematomas.

Sexto: Os meninos foram supostamente socorridos na hora. Não foram. Pela quantidade de sangue, eles ficaram muito tempo no chão.

Sétimo: Se ele estivesse fugindo, as marcas de tiros na moto seriam em paralelo ou diagonal. Foram transversais. O PM começou a analisar a cena.

Conclusão: O policial olhou para mim e falou: ‘Os policiais fizeram m...’.

Chegando ao DHPP, peguei o BO, com várias divergências. A cena do crime era incompatível. Os policiais foram burros, nem montar uma cena eles conseguiram. Eu fui mostrando as divergências. Um investigador veio gritar comigo. ‘P..., você está tirando a polícia? Tem uma testemunha. Um rapaz que mora em Carapicuíba, na Cohab I’. Eu questionei. O que esse morador de Carapicuíba estava fazendo às 3h no Rio Pequeno?

Nos dias seguintes, fui ao DHPP prestar depoimento. Falei que meu filho é inocente e os policiais me olharam daquele jeito, pensando ‘todos falam a mesma coisa’. Fui mostrando para eles, na calma, na paciência. Passei cinco dias indo todo dia no DHPP, levando testemunhas. Uma assistiu a cena do começo ao fim. Com 12 anos, a moça havia perdido um irmão assassinado por um policial. Por isso me ajudou.

Descobri mais quatro testemunhas, mas elas não foram de jeito nenhum. No quinto dia, um investigador falou: ‘Pelo seu depoimento, a gente passou a olhar a perícia e informações com outros olhos’. Na segunda-feira, meu advogado me telefona: ‘Foram executadas cinco ordens de prisão dos policiais que mataram seu filho’.

Sigo com medo de retaliações. Ouço uma moto, já me preparo. Sei que corro risco. Tatuei o rosto do meu filho no braço. Embaixo, escrevi ‘herói’. Aos 20 anos, ele já era homem. Nunca fez nada de errado, sempre evitou a violência. Quero olhar para o rosto dele todo dia, até o fim da minha vida."

Fonte:Bruno Paes Manso - O Estado de S. Paulo