terça-feira, 24 de julho de 2012

CHAPA 2,A GANÂNCIA SEM LIMITES!



Denúncia: HSBC ultrapassa todos os limites
Banco investigou 164 bancários afastados por motivos de saúde em diversos estados.
Dossiês continham fotos de trabalhadores e familiares

Enviado por: Bancários de Curitiba

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região convocou a imprensa, na manhã desta quarta-feira, 18 de julho, para fazer uma grave denúncia contra HSBC, uma situação de completa violação dos Direitos Humanos de trabalhadores. Em 2011, o Sindicato recebeu, anonimamente, um arquivo contendo dossiês e demais documentos de uma suposta investigação confidencial contratada pelo banco inglês. Os materiais, produzidos pela SPI Agência de Informações Confidenciais, continham informações de 164 bancários afastados por motivo de saúde, em sua maioria trabalhadores de Curitiba e região, mas também do Paraná e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nos dossiês, produzidos entre 1999 e 2002, havia fotos dos investigados e familiares, relatório completo da rotina dos trabalhadores, documentação relativa a antecedentes criminais e demais pendências judicias, certidões comerciais e de bens, a quebra de sigilo bancário dos investigados, além de 18 horas de gravação de imagens. “O banco extrapolou todos os limites ao invadir a privacidade dos seus empregados. Nos documentos da investigação chegam a constar fotos do lixo dos bancários, especulando que tipo de comida, bebida ou medicamento eles faziam uso”, detalha Otávio Dias, presidente do Sindicato.
“É inaceitável que qualquer empregador exponha seus trabalhadores a uma situação como esta, principalmente quando estes estão fragilizados pelo adoecimento e pelo afastamento do trabalho”, enfatiza Otávio Dias. Junto com o material recebido, estavam ainda contratos e notas fiscais que comprovam a contratação da empresa SPI Agência de Informações Confidenciais pelo HSBC. O banco solicitou a investigação para verificar se os bancários afastados legalmente possuíam outro vínculo empregatício ou fonte de renda e também para se municiar de provas para descaracterizar o adoecimento por motivo de doença do trabalho.
Encaminhamentos:
Em julho de 2011, com o intuito de reparar o dano coletivo e não incorrer na prescrição, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região formalizou a denúncia contra o HSBC junto ao Ministério Público do Trabalho e encaminhou o material recebido anonimamente para investigação e apuração dos fatos. “Sabemos que o HSBC e a empresa contratada já foram ouvidos. E temos certeza que o Ministério Público agirá em defesa dos trabalhadores, propondo uma ação civil pública que repare os danos coletivos causados pelo banco”, explica o presidente do Sindicato. A entidade também dará encaminhamento a ações de dano moral individual e levará a denúncia contra o HSBC à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao Governo Federal e demais instâncias de defesa dos direitos humanos.
A entrevista coletiva contou com a presença do presidente do Sindicato, Otávio Dias, do presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e do advogado e assessor jurídico Nasser Ahmad Allan (OAB/PR 28.820)

Fonte:CUT Nacional

quarta-feira, 18 de julho de 2012

CHAPA 2,CONHECIMENTO DE OLT!

Qual é o papel da Cipa? Qual o papel da Comissão de Fábrica?
 

Continuando a tratar sobre o assunto da Organização no Local de Trabalho, vamos enfocar a atuação de duas importantes representações: a CIpa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e a Comissão de Fábrica.
Segundo a Norma Regulamentadora 05, a NR5, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A Cipa tem como função identificar riscos nos processos de trabalho, elaborar mapas de risco, planos de trabalho que possibilitem ações preventivas ou corretivas na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho.
Outro papel da Cipa é implementar e controlar de medidas prevencionistas, bem como avaliar as ações prioritárias a serem realizadas nos locais de trabalho.
A Cipa é formada por representantes dos empregadores e por representantes dos trabalhadores, sendo estes eleitos pelo voto direto e secreto em pleito organizado geralmente pelo setor de Recursos Humanos da empresa e acompanhado pelo Sindicato da categoria.
Sabemos que a Cipa tem seu papel primordial fundamentado na garantia de segurança e a preservação da saúde dos trabalhadores, mas também devemos ter a consciência de que a Cipa também deve ser uma representação de luta da Classe Trabalhadora, ao lado da categoria em suas reivindicações que por sinal também vão refletir na qualidade de vida dos trabalhadores e nas condições de trabalho, principalmente quando estas reivindicações se referem à jornada de trabalho e melhores condições de trabalho.
Outro braço importante da OLT (Organização no Local de Trabalho) nas empresas é a Comissão de Fábrica.
O papel da Comissão de Fábrica é representar os trabalhadores(as) junto a direção das empresas com o propósito de assegurar direitos, buscar a solução de conflitos individuais e coletivos, e participar das negociações salariais, de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), acordos coletivos e outras negociações junto com o Sindicato da categoria.
As Comissões de Fábrica, como vimos anteriormente, surgiram no final dos anos 70 no ABC e foram responsáveis pelo surgimento do Novo Sindicalismo no Brasil, caracterizadas pela organização no chão de fábrica. Suas ações em greves isoladas, fábrica por fábrica, começaram um turbilhão de greves que resultou nas grandes greves de 1979, 1980 nas quais Luiz Inácio Lula da Silva surge como grande liderança nacional que acabaria junto com outros nomes da política nacional levando o Brasil para o caminho da redemocratização.
Assim descreve Vito Gianotti em seu livro “Histórias das Lutas dos Trabalhadores no Brasil”:
“Quase todas essas greves foram greves vitoriosas. Os trabalhadores conseguiram reposição salarial e, sobretudo em São Paulo, a criação das Comissões de Fábrica em varias empresas. As Comissões eram uma saída para organizar a greve onde havia sindicatos controlados por pelegos e interventores. Sobretudo em São Paulo, as Comissões de Fábrica representavam uma proposta de organização sindical alternativa à herdada de Getúlio Vargas”.
Fonte:Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté

terça-feira, 10 de julho de 2012

CHAPA 2,SAÚDE DO TRABALHADOR!



   TRAUMAS PSICOLÓGICOS,A NOVA CARA DAS DOENÇAS  DO TRABALHO
     Por: Vladimir Ribeiro  (vladimir@abcdmaior.com.br)

Simpósio realizado em São Bernardo discutiu relação entre trabalho e saúde mental. Foto: Amanda Perobielli
Simpósio realizado em São Bernardo discutiu relação entre trabalho e saúde mental. 

Foto: Amanda Perobielli
Pressão crescente por produtividade pode se transformar em problemas emocionais
Lindinalva Loiola da Silva, 40 anos, toma vários comprimidos por dia, entre antidepressivos e medicamentos para suportar as dores. O quadro de saúde é reflexo do trabalho que desenvolveu nos últimos 14 anos. Lindinalva é química e hoje tem grave problema de depressão. O quadro, ao invés de ser uma exceção, tem se tornado uma constante nas empresas. As doenças de trabalho, que há poucas décadas se traduziam em problemas físicos, hoje atingem também o lado mental.

Somente em 2010 o Ministério da Previdência registrou 1.039 ocorrências de doenças relacionadas ao trabalho no ABCD. Em muitos casos, os problemas começam relacionados com LER (Lesão de Esforço Repetitivo) e se agravam para doenças psicológicas.

No caso de Lindinalva, além de fazer o mesmo movimento na máquina em que trabalhou por quase dez anos, havia a pressão dos chefes para que a produção não parasse. “No início eu me dedicava à empresa. Cheguei a rasgar atestados médicos para trabalhar, porém, depois de sete anos, comecei a sentir dores nos braços e na coluna. Não tive apoio da empresa, que só queria me afastar ou me demitir para se livrar do problema”, relembrou.

A trabalhadora já passou por duas cirurgias de correção de coluna e ombro e precisa de mais uma. Todo o transtorno que teve início em 2005 terminou com a demissão de Lindinalva em março deste ano, o que causou depressão na trabalhadora. Hoje Lindinalva toma remédios para dormir e antidepressivos. “Além de conviver com dores no corpo, havia pressão por produtividade. Hoje não posso ter filhos por conta desses problemas.”

Pressão - De acordo com o professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC, Sérgio Baldassin, nem sempre casos de LER estão relacionados a problemas psicológicos. “Cada caso é um caso, porém isso é somado à pressão que a empresa faz no funcionário para que continue produzindo a mesma quantidade ou da mesma forma que antes. Também há a visão do trabalhador sobre a situação, que pode se sentir limitado”, afirmou.

Baldassin explicou que o profissional pode gostar muito do que faz, mas o ambiente de trabalho pode ser estressante e causar os problemas de saúde. “Que podem ser físicos ou emocionais. Neste segundo caso, o funcionário pode ficar com depressão, ansiedade e até síndrome do pânico. Os sintomas desses problemas são comportamentais, com a pessoa se tornando negativa ou pessimista, entre outros fatores”, destacou.

O professor destacou que algumas empresas podem analisar esses problemas como falta de caráter do funcionário, quando na verdade esse empregado está doente. “O líder tem de saber analisar quem é quem na sua equipe. Saber quem aguenta mais pressão e lidar com a situação. A pessoa pode amar o que faz, mas estando doente não irá produzir da mesma maneira”, disse.

Dados não são compilados em sua totalidade:
De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, entre 2009 e 2010 houve diminuição de 12,97% nos casos de doenças do trabalho. Enquanto no primeiro ano foram registrados 1.187 trabalhadores com algum tipo de doença, no segundo ano do levantamento esse número caiu para 1.039.

De acordo com a coordenadora de saúde do trabalhador do Cerest (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador) de São Bernardo, Andréia Garbim, os números podem não refletir a realidade. “Muitos casos não são informados pelas empresas ou sindicatos ao Ministério da Previdência. Utilizamos esses dados como uma referência”, destacou.

Andréia disse que os dados do Ministério ainda não computam casos de trabalhadores que passaram a usar drogas para dar conta dos turnos de trabalho. “Esse é um assunto pouco explorado e debatido, sobre o qual temos de trazer mais foco antes que seja agravado”, disse.

Afastamentos - Levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários do ABCD mostra que, em 2011, 40% dos trabalhadores que se afastaram apresentaram algum problema psíquico e têm LER . “Até o momento, neste ano, registramos 70 afastamentos, contra 80 registrados no ano passado. Esses são os dados que são do conhecimento do sindicato, pois muitos não comunicam seus problemas por medo de demissão”, disse Adma Maria Gomes, uma das diretoras da entidade.

De acordo com Adma, no caso específico dos bancários, hoje a culpa pelo mau desempenho da empresa recai sobre os funcionários. “São estipuladas metas para os empregados, que se desdobram para alcançar. Quando desenvolvem algum tipo de tendinite, por exemplo, e não conseguem mais trabalhar no mesmo ritmo, vem a pressão psicológica e uma possível demissão, por não estar a contento do contratante”, explicou.

 Trabalhador corre risco de ficar no limbo
O diretor do departamento de Saúde, Condições de Trabalho e Meio Ambiente do Sindicato dos Químicos, José Freire da Silva, afirmou que os casos de trabalhadores afastados por doenças estão crescendo em todos os setores. Porém, há casos em que o trabalhador fica em uma espécie de limbo.

“A pessoa não tem condições de trabalho, mas o médico do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dá alta e diz que o trabalhador tem condições de voltar à empresa. Quando volta ao seu posto e apresenta o mesmo problema de antes, o médico da empresa o afasta. O empregado fica sem saber o que fazer e corre o risco de ficar sem salário no meio dessa confusão”, explicou.

Fonte:site:abcdmaior.com.br