quinta-feira, 30 de maio de 2013

CHAPA 2,SANTO DIAS,SAUDAÇÕES!

A direção do Sindicato de Metalúrgicos de São Paulo era considerada “pelega” e apesar do arrocho salarial,das perseguições aos trabalhadores que reclamavam das péssimas condições de trabalho,os diretores seguiam os ditames do Governo Militar e do Ministério do Trabalho,apoiando a proibição de greves e outras formas de organização operárias.Fora da estrutura do sindicato apoiando seus movimentos de base,os trabalhadores iniciaram um movimentos de libertação nos bairros,nas igrejas e ao mesmo tempo,pequenos grupos no interior das empresas,conhecidos como comissões de fábricas.Incentivadas pela Chapa 2,conhecida como Oposição Sindical Metalúrgica,conduzida por Waldemar Rossi,as comissões iniciaram lutas pontuais por melhoria das condições de trabalho,com cursos de formação de lideranças,debates sobre conjuntura nacional e internacional,que eram realizadas principalmente nas igrejas e associações de moradores, pois a repressão política e sindical era muito grande.

As lutas dos anos 70:

Durante a presidência o general Ernesto Geisel,em meio ao “milagre econômico”,no auge da repressão,os militares tentavam amenizar com uma proposta de “distensão política lenta, gradual e segura”.Mas a ditadura e a repressão seguia firme com assassinatos e desaparecimentos de lideranças dos trabalhadores,em 1975, o jornalista Vladimir Herzog, diretor de Jornalismo da TV Cultura, depois de preso nas dependências do DOI/CODI de São Paulo, acusado de ter ligações com o PCB, aparece morto em sua cela. O operário Manoel Fiel Filho é preso em 1976,por policiais do DOI/CODI, na empresa onde trabalhava, acusado de distribuir o jornal Voz Operária e pertencer ao PCB. Aparece morto e a nota oficial do exército alega suicídio,diante disso acirram-se as lutas operárias em São Paulo e no Grande ABC.

Em São Bernardo do Campo, no dia 12 de Maio de 1978, os trabalhadores metalúrgicos da Scania pararam por conta própria,reivindicando 21% de aumento salarial. Essa ação foi se espalhando por todo o Estado e no dia 29 de Maio os trabalhadores da Toshiba, em São Paulo, também paralisam sua produção. Um dos integrantes da comissão de fábrica da Toshiba era Anísio Batista, que junto com Santo Dias, encabeçaram a Chapa 2 de Oposição nas eleições sindicais/impugnadas/fraudadas de 1978. Eram duas lideranças novas, reconhecidas pelo forte trabalho de base que tinham deixado raízes nas fábricas por onde passaram e que acreditavam que somente os trabalhadores poderiam derrotar a ditadura política/sindical.

Às vésperas da eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Santo  Dias foi denunciado pelos "pelegos" do sindicato aos patrões e demitido da Metal Leve, onde a esta altura já era inspetor de qualidade.Ajudado pelos companheiros da categoria,foi empregado em sigilo na empresa Alfa Fogões.Concorrendo às eleições sindicais,mas a  Chapa 2 "Oposição Metalúrgica,foi passada para trás e declarada perdedora".A Oposição denunciou as tentativas de impugnação e fraudes grosseiras ocorridas durante a eleição,o que deveria tornar obrigatória a realização de novas eleições em 15 dias. Mas, Joaquim Santos Andrade,o Joaquinzão que presidiu o sindicato por mais de 30 anos, foi a Brasília, encontrou-se com o então ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto,que contrariando a maioria dos trabalhadores,o re-empossou por lá mesmo.

Em agosto de 1979, depois de vários anos de intensa movimentação popular exigindo anistia aos presos políticos e exilados, o governo militar editou a Lei de Anistia, estendendo-a também a torturadores e participantes do aparato repressivo. Em março,após as eleições sindicais a Chapa 2,se transforma em movimento Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo,faz seu primeiro congresso definindo como princípios de sua atividade uma frente de sindicalistas que lutavam pela mudança da estrutura sindical, que entendia que deveria ser os sindicatos os representantes de fato dos trabalhadores e independentes do Estado,e que suas direções deveriam ser organizadas e conduzidas a partir das comissões de fábrica e das representações de base dos trabalhadores.Santo Dias participa desse processo agora mais amadurecido pela teoria e pela prática. Organizou o 1º Congresso da Mulher Metalúrgica,reforçou as teses da oposição e decidiu levá-las para várias categorias de trabalhadores.Em outubro,em meio a perseguição dos militares e dos pelegos do Sindicato,os trabalhadores metalúrgicos conduzidos pela oposição começam uma nova campanha salarial. Desta vez, a reivindicação era 83% de aumento dos salários,não aceita pelos patrões. Uma assembléia com seis mil trabalhadores na rua do Carmo decidiu, numa sexta-feira de chuva, iniciar uma ampla greve.

Morte de Santo Dias:

No primeiro dia da paralisação, 28 de outubro de 1979, as subsedes do Sindicato, abertas para abrigar os comandos de greve, foram invadidas pela Polícia Militar,que prendeu mais de 130 lideranças de fábricas. Sem o apoio da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo,da qual era oposição e com a intensa repressão policial sobre suas ações,os metalúrgicos passaram a se reunir secretamente na Capela do Socorro,se transformando na região de maior concentração da categoria e da oposição. No dia 30 de Outubro de 1979, Santo Dias,como membro dos trabalhadores no comando de greve,saiu da Capela do Socorro, para engrossar um piquete na frente da fábrica Sylvânia e discutir os rumos da greve,com os operários que entravam do 2º turno.

Várias viaturas da PM chegaram de repente e prenderam vários trabalhadores e Santo Dias tenta dialogar com os policiais para libertar os companheiros presos. A polícia agiu com brutalidade espancando todos que ali se encontravam,e o PM Herculano Leonel na maior traição,saca sua arma e atira em Santo Dias pelas costas.Mesmo  socorrido e levado pelos policiais para o Pronto Socorro de Santo Amaro,já estava morto. O corpo de Santo Dias só não “desapareceu misteriosamente” por conta da coragem de sua esposa e lutadora Ana Maria,que sempre acompanhou e apoiou as lutas dos trabalhadores,entrou no carro da polícia que transportava seu marido e seguiu para o Instituto Médico Legal, apesar de abalada emocionalmente e pressionada pelos policiais a descer, não cedeu e seguiu firme.

Divulgada a notícia de sua morte pelos vários meios de comunicação, seu corpo seguiu para o velório na Igreja da Consolação.E no dia 31 de Outubro de 1979,silenciosamente mais de 30 mil trabalhadores de forma autonôma deixaram suas fábricas e suas casas e saíram às ruas de São Paulo para acompanhar o enterro e protestar contra a morte do líder operário Santo Dias,gritando palavras de ordem e de mãos dadas,diziam:Que caiam as ditaduras políticas e sindicais,pois amanhã vai ser outro dia.

*Primeira parte do curso de formação política do MRCL

domingo, 26 de maio de 2013

CHAPA 2,RECONSTRUÇÃO DA BASE,VENCE!

O resultado do primeiro turno das eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, apurado neste sábado, dia 25 de maio de 2013, sepultou de vez o grupo político do sindicalista e petista Isaac do Carmo, atual presidente do sindicato e candidato à reeleição (chapa 1) e de toda a cúpula da direção da CUT em São Paulo e no Brasil .

Mesmo diante do uso indiscriminado da máquina sindical,que utilizou dinheiro dos sócios para enviar cartas endereçadas aos familiares dos membros da oposição e de inúmeras ameaças do presidente da CUT em São Paulo,Sr.Adi dos Santos,que em meio a assembléia de abertura do processo eleitoral,disse:Nós da CUT São Paulo entramos na justiça para impedir a Chapa 2 (Reconstrução da Base) de utilizar o nome de nossa central em seus materiais de campanha e digo mais nós só reconhecemos como representantes dos trabalhadores metalúrgicos de Taubaté os companheiros da Chapa 1,encabeçada pelo aguerrido companheiro Isaac do Carmo,conquistando aplausos dos delegados comprados com carne e cerveja,mas encorajando ainda mais os membros da oposição. 

E contrariando as ditas lideranças do movimento sindical,as direções da CUT São Paulo e Nacional,dos parlamentares da articulação do PT,os milhares de trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicas deram um basta em tantas arrogâncias e prepotências e votaram em massa nos candidatos da oposição,representados corajosamente pelos companheiros da Chapa 2,(Reconstrução da Base) por entender que a atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e seus apoiadores não representavam mais os interesses da categoria.

O sentimento dos vitoriosos era de alívio por terem se libertado de pessoas afastadas há muitos anos das bases,que perseguiam,demitiam e sufocavam qualquer trabalhador ou trabalhadora que ousasse discordar dos rumos da atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.Após a apuração dos resultados do primeiro turno, os trabalhadores e apoiadores da Chapa 2 (Reconstrução da Base) rezaram um “Pai Nosso Coletivo” na porta do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.

Vencemos somente uma batalha,o primeiro turno serviu para as eleições dos Comitês Sindicais de 19 fábricas da região.Devido a falta de transparência e a burocratização do Estatuto de nosso sindicato,a Chapa 2 (Reconstrução da Base) de oposição só conseguiu lançar candidatos em apenas 7 delas.E, destas, obteve vitória estrondosa em 5 empresas, notadamente as maiores e mais representativas como Volks e a Ford, onde estão as maiores bases eleitorais do sindicalismo da região.

Resultado na Volkswagem:

Chapa 1- com 1452 votos / Chapa 2- com 2247 votos

Resultado na Ford:

Chapa 1- com 726 / Chapa 2- com 1090 votos

E ainda mais a Chapa 2 venceu nas empresas Autoliv,Schellecke e Comau do grupo Fiat

Vamos reforçar nosso time e continuar a defender os trabalhadores,pois servirão para elegermos os membros da Direção Executiva e do Conselho Fiscal do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.O segundo turno da eleição ocorrerá nos dias 26 e 28 de junho de 2013 e contará mais uma vez com a participação dos membros do MRCL (Movimento Renovação,Coragem e Luta do ABC) que mesmo impugnados injustamente pela burocracia sindical nas eleições do Sindicato dos Químicos do ABC em 2011,não se retiraram das lutas do movimento sindical.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

CHAPA 2,CHEGA DE MORTES NO TRABALHO!


Trabalhador metalúrgico do ABC se suicida dentro da fábrica:

Um trabalhador da General Motors de São Caetano do Sul foi encontrado enforcado nas dependências da montadora de carros no Grande ABC, na última quinta-feira, dia 25 de Abril de 2013, durante o horário da janta do segundo turno.Segundo familiares e amigos da vítima, ele era lesionado e vinha sofrendo pressão por parte das chefias na fábrica. 

Trabalhadores e cipeiros contam que Pedro Souza,realizava trabalho restrito em razão de acidente de trabalho e doença ocupacional. Ele trabalhava na GM,há 9 anos e era portador de estabilidade por doença profissional,muitos retornam do auxilio doença e são covardemente liberados pelas perícias médicas e não conseguem acompanhar o ritmo alucinante da produção,sendo discriminados pelas chefias e muitas vezes pelos próprios trabalhadores e debilitados pscológicamente se sentem constantemente pressionados.Tais fatos podem levar a uma saída desesperada,como colocar fim à própria vida,como ocorreu com nosso companheiro Pedro Souza.

São de conhecimento público os constantes suicídios na linha de montagem das empresas chinesas.As empresas chegaram a colocar cartazes e fazer os trabalhadores assinarem um termo se comprometendo a não se suicidarem em serviço,como é o caso da Foxcom montadora de aparelhos celulares na China. 

Trabalhador vidreiro morre em acidente em SBC:

Um trabalhador vidreiro da Wheaton,fabricante de embalagens de vidro em São Bernardo,Paulo Luis Matias Freire foi vítima de um acidente fatal no dia 07 de Abril de 2013,ao realizar a limpeza de um misturador de matéria-prima de vidros.De acordo com os companheiros de trabalho,Freire realizava a limpeza dentro do misturador com uma pá, quando a máquina foi acionada por volta das 19h30 do domingo.

De acordo com a empresa, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil e aguardará o resultado para se pronunciar sobre as causas desse grave acidente.Os trabalhadores disseram que as questões de segurança nunca são tratadas com a devida prioridade e o ritmo de trabalho é muito alto.

Trabalhador da construção civil de SBC morre em obra:

Um trabalhador da construção civil morreu na manhã desta quarta-feira 17de Outubro de 2012, em São Bernardo, após ser soterrado e atingido por uma barra de ferro em uma obra particular na rua Frei Garpar, 927.  O acidente ocorreu por volta das 8h, quando Aureliano Pereira da Silva, 54 anos, fazia trabalho de perfuração dentro de um buraco e por não estar devidamente escorado o local desmoronou.Com isso um vergalhão atingiu o operário na altura do abdômen. Silva ainda foi socorrido pelo Samu, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Aureliano da Silva é mais um operário a engrossar as tristes estatísticas de morte no trabalho no Brasil. Historicamente a construção civil é um dos setores econômicos que mais mata. De acordo com a Previdência Social, é registrada uma morte ao dia no setor, porém o número é seguramente muito maior, uma vez que muitas empresas não informam as ocorrências.Os amigos de trabalho informaram que a empresa não fornecia os EPIS necessários e a fiscalização da obra era precária.

Trabalhador químico do ABC morre na CBC:

Um trabalhador químico que trabalhava na CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), em Ribeirão Pires, morreu na tarde desta segunda-feira 03 de Setembro de 2012 e outros colegas ficaram feridos. Ambos estavam preparando uma mistura química quando houve a combustão do material, seguida de um incêndio e de um intenso deslocamento de ar,o que causou uma enorme explosão no setor. 

Os trabalhadores sofreram queimaduras graves e foram socorridos prontamente pelos seus colegas de trabalho, que prestaram os primeiros socorros e os encaminharam para o Hospital Ribeirão Pires.Posteriormente, conforme informou a empresa, eles foram transferidos para um hospital da Capital especializado em queimaduras,sendo que um deles veio a falecer na tarde desta segunda-feira.O que é mais grave é que muitos trabalhadores da empresa que estão expostos aos riscos de explosão não recebem o adicional de periculosidade,isso não é lei perguntam os amigos da área afetada pela explosão?.

O seu direito de recusa ao trabalho:

O empregador deverá garantir que,na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco de vida um ou mais trabalhadores,os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.
(Norma Regulamentadora – NR 9. Redação de 15.02.1995)

O lucro acima da vida e da dignidade humana:

O aumento no ritmo de produção nas fábricas ou nos canteiros de obras,tem levado ao crescimento das mortes,doenças profissionais e milhares de acidentes de trabalho.A pressão por produção e metas inatingiveis fazem com que as empresas e os empresários queiram produzir mais com cada vez menos trabalhadores,colocando o lucro acima da vida dos trabalhadores.E isso os sindicatos e os trabalhadores não podem aceitar,pois a vida está cima do lucro e não o contrário.Para nós do MRCL (Movimento Renovação,Coragem e Luta), esses casos acima mencionados são muito graves e deveriam ser investigados profundamente pelo MPT,Sindicatos e Cipas combativas do grande ABC.Chega de mortes no trabalho!

Fonte:Base de trabalhadores

terça-feira, 14 de maio de 2013

CHAPA 2,CONTRA A DITADURA SINDICAL


É crime ser oposição no ABC?

A crise de representatividade e legitimidade por que passa o Sindicato dos Químicos do ABC,se insere no quadro maior da crise geral que afeta o sindicalismo brasileiro, uma crise determinada por dois fatores.De um lado,a impugnação da Chapa 2 de oposição e a realização de uma eleição de chapa única que contou com pouco mais de 3 mil votos em um universo de mais de 20 mil sócios,gerando desconfiança e não alcançando a tão sonhada legitimidade na categoria.

E do outro lado a posição de passividade e comodismo da atual direção que assiste de camarote e ar condicionado a implantação de uma política de terceirização e precarização das relações de trabalho,posta em prática pelo capital em âmbito mundial, o que causa inegável desestímulo à organização e à luta dos trabalhadores,dada a permanente ameaça do desemprego e a situação precária por que passam a grande maioria dos trabalhadores,aumentam as desigualdades nas pequenas e médias empresas ou melhor 'bocas de porco da categoria" onde direitos trabalhistas são constantemente desrespeitados,onde diretores sindicais simplesmente desaparecem,onde não se conhece PLR,onde marmita e banco de horas são coisas normais,onde se paga abaixo do teto,onde cipeiros e lideranças são perseguidas e demitidas quase que diariamente e estes assuntos de suma importância não aparecem em nosso jornal.

Mas esta é apenas a ponta do iceberg da crise de representatividade e legitimidade que esvazia nosso Sindicato dos Químicos do ABC e desmobiliza nós trabalhadores.O outro fator, este de ordem subjetiva, é a natureza absolutamente equivocada do sindicalismo praticado no país a partir da queda da ditadura 1964-85. Estamos falando de uma prática sindical que perdeu de vista sua razão de ser que sempre foi a defesa das reivindicações concretas dos trabalhadores e a busca pelo socialismo.O que estamos assistindo hoje é um sindicalismo que coloca objetivos político,partidários e eleitorais acima e a frente dos interesses imediatos e concretos da categoria que representa.Um modelo que privilegia as celebridades e a defesa dos projetos de poder em detrimento das lutas diárias,contra o assédio moral,contra a falta de médicos do trabalho,contra a negativa das empresas em fornecer as CATS,um cenário que colabora na perpetuação dos "poderosos sem fábrica",que não permitem a renovação das direções sindicais,algo que esta enraizado em nosso sindicato.

O abandono das lutas diárias,o desprezo as novas lideranças que surgem na base,o alinhamento com as direções das empresas,seja por esperteza ou oportunismo,fatalmente conduzirá,como tem conduzido,ao distanciamento ou mesmo ao abandono dos trabalhadores do seu sindicato,são inúmeras tentativas de transformar nosso sindicato em bingos,e com nossos próprios olhos constatamos o esvaziamento dos seminários,vários coletivos sem atuação nenhuma,assistimos a assembléias vazias,presenciamos congressos de cartas marcadas e sem representatividade e cursos ditos de "formação" que mais se parecem com festas da oktoberfest.

E o que é mais grave isso está abrindo caminho para o autoritarismo e a implantação de uma verdadeira ditadura sindical,em pleno berço do movimento sindical e no nascedouro do Partido dos Trabalhadores,coisas que nunca imaginamos acontecer estão ocorrendo aos olhos das ditas lideranças sindicais e políticas do Grande ABC,estratégias antes discutidas a portas fechadas,estão sendo resolvidas nas portas das fábricas na presença de milhares de trabalhadores e nesta verdadeira guerra são utilizados todas as armas,inclusive o patrimônio que pertence a categoria:são congressos,jornais,revistas,faixas,cartazes,carros de som,advogados enfim toda a estrutura bancada pelos sócios e sócias do sindicato utilizadas em favor de uma minoria,com o intuito de perseguir,denegrir e demitir trabalhadores,lamentavelmente somos vítimas de tal política sindical que já causou a demissão de 16 companheiros(as) da Chapa 2 de oposição . 

Nós da Oposição Química do ABC,temos a perspectiva de ajudar a construir um sindicalismo muito mais humano,representativo e inserido nos movimentos sociais,e isso não é crime nenhum ou é?.A tática de perseguição e caça as bruxas contra os membros da oposição,infelizmente esta descambando para a violência,são dezenas de boletins de ocorrência,são inúmeras ameaças de morte feitas aos trabalhadores,o que pode causar um prejuízo enorme de repercussão nacional e internacional,pois a atual direção não acredita no diálogo franco e prioriza as práticas estranhas à razão de ser de um sindicato (que sempre foi organizar e incentivar os trabalhadores para a luta contra a exploração e opressão do capital),e por não saber ouvir a vós que vem de dentro das fábricas e por não agir de forma democrática,se afastou das lutas diárias se encastelando nas sedes e sub-sedes do nosso sindicato.

Temos clara consciência de que os 42 mil químicos do ABC,constituem um tipo especial de trabalhador:pois hoje estamos conectados,acessamos a internet,acompanhamos blogs,visitamos o facebook,enfim formamos milhares de opiniões através do nosso Blog Renovação,Coragem e Luta,com os seus mais de 23 mil acessos no ABC,Brasil e no mundo.Isso nos obriga a um rigor maior no campo da ética e do compromisso com cada trabalhador.

Mas que fique claro,antes de tudo,acreditamos no diálogo,somos trabalhadores simples,somos lideranças eleitas democraticamente pelos trabalhadores e na condição de membros da classe trabalhadora,lutamos contra a ditadura militar,elegemos e defendemos os governos populares de Lula e Dilma,formamos o alicerce do Partido dos Trabalhadores,somos a razão de ser da CUT e diante disso exigimos respeito dos dirigentes sindicais e políticos do Grande ABC,pois não lutamos em causa própria,lutamos por um Sindicato dos Químicos do ABC,muito mais democrático e representativo do que o atual,que contenha em seu DNA as palavras necessárias:Renovação,Coragem e Luta,partindo desta condição,colocaremos nossa vida se necessário a serviço dessa causa e faremos da luta em defesa da nossa classe o eixo de nossa ação.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

CHAPA 2,VITÓRIA PARCIAL DOS APOSENTADOS!


STJ confirma desaposentadoria sem devolução dos pagamentos recebidos pelos trabalhadores.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou na tarde desta quarta-feira,8, que os trabalhadores aposentados tem o direito de renunciar ao benefício para requerer nova aposentadoria, em condição mais vantajosa, e que para isso ele não precisa devolver o dinheiro que recebeu da Previdência Social. A decisão final sobre o tem, porém, ainda depende de análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

A diferença entre os julgamentos anteriores e este da Primeira Seção é que a decisão tomada no rito dos recursos repetitivos vai orientar os cinco Tribunais Regionais Federais do país na solução dos recursos que ficaram à espera da posição do STJ. Para a Seção do STJ, a renúncia à aposentadoria, para fins de concessão de novo benefício, não implica o ressarcimento dos valores percebidos.

"Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, dispensando-se a devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja renunciar para a concessão de novo e posterior jubilamento", assinalou o relator do caso, ministro Herman Benjamin.

Em vários recursos julgados nos últimos anos, contrariando a posição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o STJ já vinha reconhecendo o direito à desaposentadoria. Em alguns casos, houve divergência sobre a restituição dos valores, mas a jurisprudência confirmou que a devolução não é necessária.

Agora o STJ reitera a certeza de que o trabalhador que se aposentou proporcionalmente e continuou trabalhando - e contribuindo para a Previdência - pode desistir do benefício e pedir a aposentadoria integral, sem prejuízo do dinheiro que recebeu no período.

Aposentado em regime proporcional pode requerer nova aposentadoria sem prejuízo do já que recebeu do INSS, mas a palavra final sobre o assunto depende do STF.Esse direito dos aposentados nunca foi aceito pelo INSS, que considera impossível a renúncia ao benefício e nega todos os pedidos na via administrativa.

Fonte:Estadão

sábado, 4 de maio de 2013

CHAPA 2,EM DEFESA DOS MORADORES DE RUA


O Grande ABC desconhece seus moradores de rua

A pouco mais de um mês para o inverno (21 de junho), as informações em torno da população que mora nas ruas ainda são escassas. Apenas São Bernardo e Diadema apresentam números variáveis de 300 e 350 munícipes, respectivamente, identificados pelo serviço de abordagem social. Santo André aponta 120 atendimentos diários no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), antiga Casa Amarela, mas aposta em pelo menos o dobro nas ruas. Apesar dos números, o atendimento ainda é apenas para as necessidades básicas e não para a reinserção do cidadão à sociedade. O ABC está preparado para acolher os seus moradores de rua?

Para o coordenador da Cátedra Gestão de Cidades da Metodista, Luiz Silvério Silva, reintegrar as pessoas em situação de rua é um grande desafio social que o Estado deve gerir, e as parcerias com a sociedade ativa são fundamentais para que haja a integração dos trabalhos. "Vemos um cenário onde diversas entidades atuam separadamente e de forma independente. O ideal é integrá-las aos programas das prefeituras e trabalhar, de maneira coordenada, cada necessidade para devolver a dignidade ao indivíduo", afirma.
Nesta terça-feira (30), o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) aprovou resolução que amplia e integra os serviços de proteção social à população em situação de rua, o que deve resultar no fim das superlotações dos abrigos e casas de passagem. A expansão contará com recursos de cerca de R$ 137 milhões, a serem repassados pelo governo federal ainda este ano para até 345 municípios brasileiros, entre eles Santo André, que oferece atendimento no CREAS.

Apoio da sociedade:

Se de um lado o acolhimento aos moradores de rua ainda precisa avançar no poder público, religiosos e grupos da sociedade tentam prestar atendimento, como a Pastoral de Rua Nossa Senhora da Salete - Missão de Caridade Virgem dos Pobres, que atua em Santo André. A coordenadora do projeto, Ana Paula Fedrigo, conta que há quatro anos 12 voluntários saem todas as sextas-feiras à noite para distribuir alimentos e roupas, fruto de doação. Ana Paula diz que para lidar com os quase 50 moradores de rua que encontram todas as semanas, é preciso se desprender da realidade para lidar com aqueles que tiveram os laços familiares rompidos, muito deles usuários de drogas.

O trabalho da pastoral tem rendido frutos. Exemplo é que prepara a união oficial de um casal que se recupera da dependência química. "Colocamos os dois numa clínica há seis meses e, durante este tempo, montamos uma casa para eles morarem, além de projetarmos o retorno deles ao mercado de trabalho", diz.

Outra ação voluntária é desenvolvida no Recanto da Esperança Dom Décio Pereira, também em Santo André. Criado em 2012, o local é comandada pelo diácono Franco Chippari, que durante 10 anos coordenou os trabalhos da Casa de Convivência Parque Miami, administrada pela Cáritas Diocesana. Atualmente, o recanto mantém oito ex-moradores de rua que querem continuar na assistência. "Formamos uma família e agimos como tal. Paralelamente há o acompanhamento psicológico e médico, além de atividades extras para os manterem com a mente ocupada", explica o diácono.

Superlotação e adaptação dificultam atendimento:

Apesar de o número de moradores de rua ser quase desconhecido no ABC, não é preciso esforço para encontrar essa população amontoada embaixo de viadutos, marquises de prédios ou em outros locais improvisados com papelão. A coordenadora da Pastoral de Rua Nossa Senhora da Salete, Ana Paula Fedrigo, explica que muitos têm dificuldade em seguir as regras dos abrigos e preferem ficar na rua, daí a importância do trabalho assistencial.

Em São Bernardo, além do acolhimento institucional em albergue, que atende 150 pessoas em regime diuturno - durante o inverno podem ser abertas 50 novas vagas emergenciais para pernoite -, existe o trabalho de abordagem social de rua, feito por 16 educadores. Junto ao albergue, o Centro de Convivência fornece alimentação e lavagem de roupas.

Em Diadema, funciona o CREAS - POP Rua (Centro de Referência da Assistência Social), onde os usuários são referenciados ao serviço e, posteriormente, encaminhados pelas políticas sociais setoriais, principalmente na área da saúde (CRT/DST-Centro de Referência e Doenças Sexualmente Transmissíveis) e CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga). O CREAS POP oferece aos usuários a higienização diária e, em parceria com duas entidades do município - Transitória Casa do Caminho e ONG Mai - abrigo noturno.

Já em São Caetano, se o morador de rua estiver em perfeitas condições de saúde é encaminhado para um dos abrigos: o Lar Bom Repouso, com 180 leitos para homens, ou o Lar Anália Franco, com 43 leitos para mulheres. Caso esteja debilitado, o morador segue para o pronto socorro, onde receberá atendimento médico e, posteriormente, encaminhado ao abrigo para receber alimentação e roupas limpas.

Em Ribeirão Pires, os moradores em situação de rua cidade recebem apoio, acompanhamento especializado e oportunidade de aprender uma profissão na Casa da Acolhida, em Ouro Fino Paulista. No espaço são realizadas atividades culturais, esportivas, além de acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. Com capacidade para 45 atendimentos, a Casa da Acolhida atende média de 38 pessoas por mês. Mauá e Rio Grande da Serra não responderam à solicitação. 

Fonte:Reporter Diario (Colaborou Iara Voros)