segunda-feira, 25 de março de 2013

CHAPA 2,SUSTENTABILIDADE JÁ!


Da Eco 92 ao Eco Sindicalismo...

Em julho de 1972, aconteceu na Suécia, a Conferência de Estocolmo que viria a acrescentar, definitivamente, o tema “ecologia” nas questões prioritárias da Organização das Nações Unidas. A Conferência foi um marco para as discussões sobre a relação entre meio ambiente e desenvolvimento produtivo e os trabalhadores. 

Na esteira destas discussões foi lançado em 1987 o Relatório Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future), no qual se cunhou o termo desenvolvimento sustentável como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.O documento apresentava uma visão crítica do modelo capitalista de desenvolvimento ressaltando a incompatibilidade entre a sustentação ambiental e os padrões de produção e consumo vigentes. Mais tarde estas questões seriam tratadas na Agenda 21 e incluídas no capítulo 29,sobre a participação dos sindicatos nesta questão. 

Àquela altura a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente já estava sendo preparada e em dezembro de 1988 o Embaixador Paulo Nogueira Batista, representante permanente  junto às Nações Unidas, fez um discurso histórico na Segunda Comissão da Assembleia Geral, no qual ofereceu o Brasil para ser a sede da Conferência de 1992. A possibilidade de um país emergente sediar o evento causou impacto e encontrou resistência nos países capitalistas mais desenvolvido, como Suécia EUA e Canadá. 

Mas, a despeito das divergências, a Conferência foi realizada no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de junho em 1992, sendo também conhecida como a ECO-92. Foi um grande evento, com representação de 175 países e ONGs, que teve como resultados os princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica, da Convenção sobre Mudança do Clima, a Agenda 21, além do estabelecimento da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e a Declaração dos Princípios da Floresta e dos povos indígenas.

Diferente da Conferência de Estocolmo, a Eco 92 foi marcada pela presença maciça de Chefes de Estado e por um encontro paralelo no Aterro do Flamengo organizado por entidades civis e de diversos movimentos sociais. Aquele encontro foi um sinal dos novos tempos, nos quais a sociedade civil e a questão ambiental ganhavam peso.

O encontro paralelo semeou um novo padrão de negociação nos âmbitos governamentais e empresariais, impondo a integração da sociedade civil, através dos seus grupos principais: mulheres, trabalhadores,sindicatos,intelectuais,movimento negro,de povos nativos, jovens,adolescentes e crianças, nos processos de uma nova geração.Pelo mundo afora várias manifestações aconteciam contra o encontro da Organização Mundial do Comércio,em Seattle, 1999.Todos estes eventos construídos pelas mãos dos trabalhadores(as) e da sociedade civil inauguraram um novo milênio,em defesa de um sindicalismo interligado ao meio ambiente.Entre os 20 anos que separaram a Conferência de Estocolmo e a Eco 92,houve uma deturpação e ou depuração muito grande do tema, e hoje não há solução sem o conceito dos três pilares da sustentabilidade:social, ambiental e o econômico.

As lutas socioambientais e as mobilizações contra o neoliberalismo dominaram a década de 1990.Muitas manifestações foram conduzidas pelo nosso Sindicato dos Químicos do ABC,em conjunto com o MDV (Movimento em defesa da vida),UMES e outras entidades da sociedade civil,como os casos em defesa da Represa Billings,vários atos despejaram peixes mortos na Cetesb,Fiesp e em outros órgãos para chamar a atenção dos responsáveis sobre a morte de nossa represa,engajamos os trabalhadores e os estudantes nas lutas contra a poluição do ar pelas indústrias do Pólo e de pneus Firestone e Pirelli,contra a contaminação dos solos pelas industrias Matarazzo e Cofad e tantas outras.

Com todas as grande mobilização da sociedade civil nos anos 90,quem ganhou foi a sociedade como um todo,através de nossas lutas conseguimos inúmeros avanços:implantação de processos de controle de poluição,respeito pelas empresas ao meio ambiente,implantação dos valores e princípios da sustentabilidade em todo o processo produtivo,consórcio intermunicipal,aprovação de uma lei em defesa da Represa Billings,e em nível mundial a constituição do 1º Fórum Social Mundial,na cidade de Porto Alegre, 2001,a implantação da Agenda 21,que trouxe a palavra responsabilidade social ao dia a dia do chão de fábrica,sabemos que ainda não é o bastante.E acreditamos em um novo tempo,acreditamos na sustentabilidade e no equilíbrio dos seus três pilares:social, ambiental e o econômico,e em uma nova ferramenta de participação para as futuras gerações,chamada de Eco sindicalismo.

2 comentários:

  1. Quanta saudade....Muitas manifestações foram conduzidas pelo nosso Sindicato dos Químicos do ABC,em conjunto com o MDV (Movimento em defesa da vida),UMES e outras entidades da sociedade civil,como os casos em defesa da Represa Billings,vários atos despejaram peixes mortos na Cetesb,Fiesp.....Pena que tudo se foi.....

    ResponderExcluir
  2. Aos amigos da Chapa 2....

    "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

    (Ruy Barbosa)

    ResponderExcluir