segunda-feira, 3 de junho de 2013

CHAPA 2,CONSTANTE CASTELLANI,SAUDAÇÕES!

Liderados por Constante Castellani os trabalhadores voltam as ruas do Grande ABC

Com o ressurgimento das greves dos trabalhadores texteis na Ipiranguinha,em 1919 e o endurecimento dos patrões,os lideres da Federação Operária de São Paulo e da União Operária de Santo André,resolvem se aliar e dar apoio aos movimentos dos trabalhadores,contra as explorações,maus tratos e constantes torturas que os operários vinham sendo submetidos. Em assembléia com os trabalhadores aprovam uma passeata que deveria sair do Largo do Ipiranguinha,hoje sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André,e percorrer a região central de Santo André,descendo pela Rua Coronel Oliveira Lima,com faixas e cartazes, com objetivo de colher auxilio financeiro e denunciar a população a situação dos trabalhadores em greve.

A passeata dos trabalhadores desenvolvia com calma,com viva gritada pela massa operária,que tomava conta das ruas do centro de Santo André,a concentração tinha iniciado as 5 horas da madrugada e aproximadamente as 10 horas da manhã do dia 05 de Maio de 1919,atingiu o largo hoje conhecido por Quitandinha,próximo a estação de trem. Neste momento os trabalhadores pararam e levantaram suas faixas e cartazes,enquanto as trabalhadoras interpelavam as pessoas nas calçadas pedindo auxilio financeiro e distribuindo os panfletos denunciando as precariedades vividas pelos trabalhadores grevistas no interior da Fábrica Ipiranguinha.

A ditadura avança contra os trabalhadores da Ipiranguinha:

Nesse momento surgem policiais e soldados,fortemente armados,espancando todos os trabalhadores e buscando através da força dispersar a passeata.O trabalhador Constante Castellani,um dos líderes do movimento dos tecelões e membro da União Operária, toma a palavra e faz um discurso improvisado,mostrando aos presentes que o movimento grevista lutava por melhores condições de trabalho pacificamente e gostaria de contar com a compreensão de todos,inclusive dos militares presentes.Os trabalhadores ouviam silenciosos e ao final do discurso,todos aplaudiram as palavras do líder operário,e protestaram contra a presença dos policiais  militares,homens,mulheres e crianças batiam palmas e aclamavam Constante Castelani e davam vivas em apoio a luta dos trabalhadores da Indústria Ipiranguinha.

A polícia imediatamente inicia sua investida,lançando bombas,atacando violentamente os trabalhadores com cacetetes e depois de alguns instantes,ouvem se disparos de fuzil em meio a multidão de trabalhadores e transeuntes, entre os vários feridos, estava no chão Constante Castellani,para tristeza de todos o líder havia sido assassinado.Depois da tragédia, os trabalhadores arrancaram das mãos da polícia o corpo do operário assassinado e o levaram para a sede da União Operária de Santo André,onde milhares de trabalhadores vieram prestar-lhe as últimas homenagens,protestando contra os atos criminosos da polícia,no dia seguinte,Constante Castellani,é levado a sepultura,seu cortejo é acompanhado por milhares de operários metalúrgicos,químicos,textêis,donas de casa,crianças e jovens que levaram o corpo pelas principais ruas da cidade,e ao entardecer, foi sepultado no Cemitério de Vila Assunção, Santo André,onde anos mais tarde também foi sepultado o corpo de Celso Daniel.

Muitas conquistas só vieram com as lutas dos nossos heróis:

Em São Paulo,Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul,espalhavam-se as greves que duravam até que a jornada de trabalho fosse reduzida.Os operários da Companhia Nacional de Tecidos de Juta só voltaram ao trabalho no dia 17 de Maio de 1919, com a jornada de oito horas diárias e aumento salarial aprovados.Todos os trabalhadores do Brasil,protestavam pela diminuição da jornada sem redução salarial,não só conquistaram sua reivindicação original como conseguiram também vários aumentos salariais.Milhares de trabalhadores contratados de forma autônoma que recebiam por dia também passaram a trabalhar oito horas diárias, e não mais 10 horas,11 horas ou 12 horas,todas as conquistas sem redução salarial.

A luta pela redução da jornada de trabalho em todo o mundo teve o seu maior auge em meados de 1919,logo após as mortes de inúmeros líderes sindicais,entre eles o assassinato de Constante Castellani,foi graças as longas lutas operárias do Grande ABC,que obrigaram os patrões,a burguesia e consequentemente a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a aprovar a Convenção I, que finalmente limitava as horas de trabalho para oito diárias e 48 semanais.Cinqüenta e dois países ratificaram essa Convenção, que só possível através de mobilizações revolucionárias da classe operária,contra a exploração capitalista.Estas conquistas estariam, no entanto, longe de serem o fim das lutas operárias no Grande ABC...

*Terceira parte do curso de formação política do MRCL

2 comentários:

  1. No horario de almoco e junto com a galera do setor de tinta automotiva,estamos lendo OS cursos de formacao do mrcl.todos estao de parabens pelas materias.

    Somos quimicos do ABC,somos chapa 2!

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  2. Sou descendente de italianos e fiz parte da cipa na pirelli,junto com o Cicote e avamileno.tenho Pena DOS trabalhadores de hoje,pois sindicato que antes lutava pelo trabalhador,hoje estao com a fiesp e rodando o mundo.

    Cuidado Estes caras sao capazes de qualquer coisa pra se manter no poder?e que poder?

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