No final de novembro de 1958, os paulistanos foram dormir com uma tarifa e acordaram com o outra. E no final daquele dia a cidade foi dormir com quatros manifestantes mortos, dezenas de feridos e 150 veículos depredados.Os usuários só ficaram sabendo do reajuste quando encontraram, na manhã do dia 30, cartazes nos pára-brisas dos ônibus e bondes com novo valor. Com o aumento na calada da noite, as tarifas de ônibus passaram de Cr$ 3,50 para CR$ 5,00, e dos bondes de Cr$ 2,50 para Cr$ 3,00. Ciente das possíveis reações, o prefeito Adhemar de Barros mandou colocar policiais armados em diversos pontos de ônibus da cidade. Nos dias das manifestações, Barros estava no Rio de Janeiro.
A primeira reação da população foi de reclamação. Mas às 10h30 começaram chegar notícias das primeiras paralisações de ônibus e bondes feitas por estudantes e que se estenderiam durante aquela jornada. Os alunos do Liceu Pasteur pararam um bonde no ponto final da Vila e outro foi impedido por alunos do Mackenzie na Rua Maria Antonia.
Durante toda aquela manhã e tarde as manifestações foram pacíficas.Para provar, estudantes do Mackenzie montaram um tabuleiro de xadrez em frente a um bonde parado.Mas as paralisações tomaram outro sentido durante o durante o entardecer, quando há mais procura por transporte. Os estudantes já tinham bloqueado a circulação dos ônibus na Avenida São João, o comércio baixou as portas e as vidraças do cine Olido foram estilhaçadas. Em várias regiões os manifestantes esvaziavam os ônibus, em outras, como na praça 14 Bis, os fiscais da extinta Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) instruíam os motoristas a mandar os ônibus para a garagem.
Com os pontos de ônibus cada vez mais apinhados de gente, a Força Pública foi acionada para dispersar os manifestantes e liberar a circulação dos veículos da Praça da Sé e da Praça Clóvis, os terminais mais movimentados naquela época. Os soldados levavam além de munição real, balas de festim e bombas de efeito moral. Quando as tropas do Batalhão de Guardas e do Regimento de Cavalaria chegaram, em torno das 18:00 horas, foram recebidas com paus e pedras pelos manifestantes.E não puderam impedir que os ônibus fossem depredados e incendiados. Às 21:00 horas, sem conseguir dispersar a multidão, a tropa recebeu ordem de atirar para o alto. O resultado foram quatro mortos, três à bala, dezenas de feridos e presos.Para esvaziar o centro, a prefeitura colocou caminhões da Cia. Mogiana, do Departamento de Águas e Esgoto (DAE) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para transportar as pessoas gratuitamente.
Somente às 21:00 horas, quando o movimento tinha dominado a cidade, as autoridades se reuniram no Palácio dos Campos Elísios. No encontro estavam o governador Carvalho Pinto, Quintanilha Ribeiro, chefe da casa civil e o secretário da Justiça, Pedroso Horta. Na saída do encontro, em entrevista à TV, Horta justificou o aumento lembrando que uma das promessas de campanha de Adhemar de Barros era sanear as contas da CMTC. E uma dessas medidas seria o aumento das tarifas.
No dia seguinte, as paralisações e a repressão policial continuaram. Dessa vez foi na porta do Palácio Prates, antiga sede da Câmara dos Deputados no Parque D. Pedro II. Os manifestantes foram lá pedir que as tarifas fossem reduzidas. O vereador Monteiro de Carvalho subiu na capota de um carro e explicou que a questão das tarifas era da competência da prefeitura. A multidão foi dispersada por volta da 19:00 horas “a golpes de casse-têtes” como publicou o Estado do dia 1 de novembro.
Fonte:(Acervo/Estadão)
MPL luta e diz:
ResponderExcluirHaddad (PT) não pode fugir de sua responsabilidade e se esconder atrás do bilhete mensal, proposta que beneficiará poucos usuários e aumentará em mais de 50% o subsídio que poderia ser revertido para reduzir a tarifa.
A demanda popular imediata é a revogação do aumento, e é nesses termos que qualquer diálogo deve ser estabelecido. A população já conquistou a revogação do aumento da tarifa em Natal, Porto Alegre e Goiânia. Falta São Paulo,
todos ao ato dia 17/06 no largo da batata em sp.
Na noite de ontem, a polícia militar (mais uma vez) passou dos limites, mostrou (mais uma vez) que é saudosista da ditadura militar, assim como o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Desses nunca esperei nada de positivo, nada mesmo. Sentem-se bem por manter o estado na lama desde que atendam às demandas dessa burguesia cruel que controla o dinheiro e a informação no Brasil.
ResponderExcluirAgora, de quem eu espero uma postura diferente? Do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do qual fui eleitor. Como eleitor, tenho o direito e o dever de cobrar mais atenção com essa situação. Muitos dos que lotam as ruas hoje disseram “não” a José Serra por “pensar novo”, como sugeria a campanha de Haddad. Não creio que “pensar novo” seja fechar as portas para o diálogo ou se referir aos manifestantes como vândalos, indo na mesma direção da opinião dos que abominavam e ainda abominam o fato de a cidade ser gerenciada por ele.
Vale lembrar que o Partido dos Trabalhadores nasceu, cresceu e ganhou forças graças a pessoas como essas que hoje lotam as ruas pedindo uma gestão que se posicione a favor dos trabalhadores, e o primeiro passo para tal são a comunicação e o reconhecimento da seriedade da causa. Acredito que, assim como eu, vários de seus eleitores estão esperando resposta à altura do que merecemos por termos confiado a ele a gestão de São Paulo.
Convido meus irmãos e irmãs e todos que se identificam com nossa arte e verdade, todos que se identificam com a frase “a rua é nóiz” a, de forma pacífica, mostrar a força que temos e ocupar as ruas em todas as manifestações que ocorrerem nos próximos dias.
Isso é sobre Liberdade, direitos e a construção de uma nova realidade, mais próxima da que desejamos.
Obrigado pela atenção,
Emicida
A rua é nóiz
Não basta ao PT ter discurso social. Há que ter ação.
ResponderExcluirTremo quando ouço Lula dizer que nunca os banqueiros ganharam tanto como ganharam sob ele. Está errado. Eles tinham que ter ganhando menos, para que sobrassem mais recursos para os milhões de miseráveis brasileiros.
O que Lula pensa que é uma virtude é, na verdade, um defeito: ele mexeu bem menos do que deveria nos privilégios do chamado 1%.
Tinha que dar no que deu: a voz rouca das ruas, seja branca ou vermelha, negra ou amarela, parda ou o que for, tem um limite de paciência.
E ele se esgotou.
Se o PT não quer se tornar amanhã o que o PSDB é hoje, um partido desconectado do que acontece na sociedade, tem que se mexer.
Tem que acelerar, e muito, o pedal das reformas.
Embora eu sei do interrese da matéria acima estou dando continuidade na minha historia. Caso tenha interesse em conhece-la esta no blog.
ResponderExcluirPARTE 3 – CONGRESSO
Nesta parte vou dividir em quatro momentos: PRIMEIRO, A CHEGADA ATE O LOCAL E DEPOIS NO LOCAL DO CONGRESSO, ACENDEU UMA LUZ EM MIM, CHEGADA EM CASA.
Naquela semana o congresso foi um inferno todos os dias eles me ligavam confirmando minha presença. Quando chegava em casa minha esposa pegava no meu pé que eu ia ficar três dias fora e as cervejas. Sinceramente pensei em desistir, mas tinha dado minha palavra que ia podia ficar mal.
Ainda bem que fui, pois se não talvez não estivesse escrevendo estas palavras.
Na ultima vez que me ligou inclusive dei umas desculpas na questão do meu filho e ele falou que eu podia levar e falei da questão do meu horário ele falou que se fosse preciso ele ia conversar com a empresa, mas eu tinha que ir. Não teve jeito arrumei minha mala na sexta-feira cedo porque eu já tinha trocado com outra pessoa da manhã. Por volta da 4 horas da tarde cheguei lá no sindicato. O ônibus chegou inclusive encontrei um amigo que há muitos anos não o via novamente achei algo estranho, pois esta pessoa detestava o sindicato inclusive falava muito mal que lá só tinha aproveitador que tudo era por causa do dinheiro e que nunca ia ficar sócio.
Cheguei a questiona-lo antes de entrar no ônibus e ele respondeu: "a gente reclama quando esta fora da festa quando entra o negocio é aproveitar".
Daí ele me chamou para tomar uma cerveja de repente me veio na cabeça uma promessa que fiz para a minha esposa que não ia beber nada naquele fim de semana. Falando sério pensei duas vezes porque não ia ter que pagar, mas eu tinha jurado pelo nosso filho. Falei para ele deixa pra depois.
Dentro do ônibus parecia que a gente ia para uma excursão pensava eu que não era daquele jeito. Que as pessoas iam falando das fábricas dos problemas e como resolver.
Que nada a conversa era outra do tipo: “agora sim não tinha mais os caras que negava tudo. A bebida a vontade inclusive uma graninha pra curtir.”
Voltou-me aquela primeira vez que fui procurado e me fez refletir, não foi nada daquilo que me disseram sobre o pessoal da chapa 2. Percebi que os companheiros que me alertaram na fabrica estavam certos. Mas eu estava ali e tinha que ter determinação foi quando eu resolvi que iria ficar muito atento nos detalhes que até então não percebia. E pensei que se houvesse algum lugar eu denunciaria, pois não era justo os trabalhadores que ganha seu sustento com tanto sacrifício fosse desperdiçado daquele jeito.
Amanhã tem mais
Guerreiro estamos acompanhando os seus relatos,desculpe-nos pela demora é que estamos lutando por um país melhor,não se esqueça vem pra rua você também!
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